terça-feira, 5 de janeiro de 2021

05 de JANEIRO 2021 - Quinto dia da terceira década do terceiro milénio

Cutileiro! Eis que mais um vulto marcante da nossa cultura nos deixou na primeira semana do ano. Uma estranha e implacável conjugação dos planetas decidiu levar, num curto espaço de tempo, dois homens incomparáveis, dois ícones deste pequeno Portugal por eles tão engrandecido. Publicitaram e elevaram as suas Artes como poucos o souberam fazer, e como eram cintilantes e categóricas as visões que cada um tinha dos seus Deuses. Descansam, agora, nesse Olimpo reservado somente àqueles que dedicam a vida inteira à Arte que os alimentava. Existiram na sua plenitude, o Carlos, quando cantava, o João, enquanto esculpia, e não se deixaram seduzir pela vida comum dos seres "normais", esses outros que nós somos, tantas vezes incapazes de compreender a grandeza e o génio de Homens como o Carlos e o João, muito, muito, muito à frente do seu tempo e nunca, jamais, à frente dos seus Tempos.

Obrigado Carlos, obrigado João! Um sentido e forte abraço amigo deste outro lado da vida...


Tristeza
esculpida em janeiro
mês primeiro,
cinzelada no quinto bloco de mármore
saído da jovem pedreira
com fulgor

Tristeza de Beleza delicada
em brutalidade intocada
pedra dura
pedra virgem
pedra flor
 
R.I.P.

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