terça-feira, 30 de novembro de 2010

TRON Legacy! Faltam 18 dias!


TRON Legacy 2010 - can´t wait

TRON 1982

Já lá vão 28 anos, tinha eu 15!
Já marquei o dia com os meus alunos de GD para irmos à estreia do Tron Legacy!
Falta pouco, muito pouco!
.tic tac tic tac.....

trabalho notável dos Daft Punk para a banda sonora!

O maior Prémio Literário de Língua Portuguesa não tem vencedor este ano! Deve ser o efeito da crise!

A Crise anda a afectar a criatividade e a "capacidade estilística" dos nossos autores literários.
Será possível que com 325 obras a concurso o conceituado júri não tenha considerado nenhuma delas com valor suficiente para atribuir os 100.000 euros do prémio Leya 2010?
Não terão sido antes os efeitos "económicos" da crise a ditar esta imposição por parte dos responsáveis do grupo Leya aos membros do digníssimo júri?

Cheira a história mal contada...

Aqui vos deixo o "comunicado" do júri, dotado de uma "superior composição narrativa" e sem qualquer ponta de "fragilidade estilística":


Prémio Leya 2010: comunicado do júri
29 Nov 2010

Segunda-feira, 29 de Novembro - 18:00

O Júri do Prémio LeYa  reuniu esta tarde na sede da editora, em Alfragide, para deliberar sobre a atribuição do Prémio relativo a 2010. 
Perante originais que, apesar de algumas potencialidades, se apresentam prejudicados por limitações na composição narrativa e por fragilidades estilísticas, o Júri entendeu que as obras a concurso não correspondem à importância e ao prestígio do Prémio LeYa no âmbito das literaturas de língua portuguesa. Em consequência, e de acordo com a alínea f) do art.º 9 do respectivo Regulamento, decidiu por unanimidade não atribuir o Prémio LeYa referente ao ano de 2010.

Alfragide, 29 de Novembro de 2010

Assinado,  por esta ordem:

Manuel Alegre
Carlos Heitor Cony
Rita Chaves
Lourenço do Rosário
Nuno Júdice
Artur Pestana (Pepetela)
José Carlos Seabra Pereira

Nota: face ao teor do comunicado acima transcrito, fica assim desconvocada a sessão marcada para amanhã, 30 de Novembro, às 16h30, na qual seria anunciada a obra vencedora.

Para mais informações, por favor contacte premioleya@leya.com


PS: A montanha pariu um rato!
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Bomba relógio já começou a contar

Para melhor entender a verdadeira dimensão desta "Loucura Global"...
e sem papas na língua!


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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Greve Geral

Hoje é dia de Greve Geral, dia de luta.

Dia em que se manifesta o imenso descontentamento de um povo farto de hipocrisias.
Dia em que se faz prova de um generalizado e enraizado sentimento de desgosto e de raiva contida.
Dia em que se faz prova da incompetência destes governantes e da sua falta de sentido social e de justiça.
Dia em que, com imenso esforço e terríveis dificuldades, muitos foram os que não deixaram de exercer o seu legítimo direito à greve, transformando-se em heróis anónimos por um dia.
Dia em que a soma de todas as tristezas se fez visível no impacto causado em todas as áreas e serviços públicos sem excepção.
Dia em que os incompetentes virão dizer que os números da greve serão outros, menos expressivos.
Dia em que a esperança se voltou a mascarar e fez saltar este gigantesco clamor que ecoou em todos os cantos da nossa sociedade.
Dia em que ainda houve uns quantos amorfos que preferiram continuar amordaçados e medrosos na sua dissimulada e estéril apatia.
Dia em que os jovens deste país ficaram a perceber que os dias que se adivinham não mais lhes pertencem, e muito menos àqueles que julgam ter as rédeas deste jogo sujo em suas mãos.
Dia em que a fome que grassa crescerá desmesuradamente, até se transformar num imenso gigante assassino, caso os nossos governantes mantiverem a sua generalizada tendência de loucura e de mentira.
Dia em que o povo humilde, sério e trabalhador cruzou os braços, fincou os pés, ergueu a cabeça com orgulho e honradamente demonstrou onde é que, afinal de contas, mora a inteligência.
Dia em que os que sempre se têm resignado a oferecer a outra face mostraram que para tudo existem limites e o dos trabalhadores à muito que deixaram de ser respeitados.
Dia em que a greve se fez sentir como nunca e onde os "inteligentes" virão falar, mais uma vez, de números e não de pessoas!

Será que a medida de excepção aos cortes salariais apresentada ontem mesmo em sede de debate do Orçamento na especialidade será para aplicar a quem de direito, ou será apenas, excepcionalmente, para ser aplicada aos "MESMOS DO COSTUME"?

É este o País que desejamos para os nossos filhos?

É por este e por tantos outros infelizes momentos que nos últimos anos temos vindo a suportar, que participarei SEMPRE em jornadas de luta como a de hoje.

Considero ser esta ainda a única forma de demonstrar uma réstea de sanidade no meio da generalização e banalização da Loucura por onde nos vamos movimentando.

Os nossos políticos que chafurdem bem nesse lamaçal com os seus imaculados fatinhos Armani!
É a Tourada do costume!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Uma pequena prenda neste dia especial

Não desejava de todo abandonar este dia sem que aqui vos deixasse as palavras de uma "personagem" da minha última história.
Nesse longínquo ano de 1755, no dia 1 de Novembro, Lisboa foi abalada pelo maior terramoto que a Europa alguma vez sentiu.
As consequências devastadoras desse acontecimento ecoaram por toda a parte!
Como é imensa a pequenez do ser humano e como é incompreensível o santo poder do Senhor!
A ira Divina abateu-se inclemente sobre a capital do reino e logo neste dia de Todos os Santos, matando dezenas de milhares, fazendo o mar entrar pela cidade destruída tudo engolindo à sua frente.

1755


Se alguém duvidava que tudo pode desaparecer e mudar no curto espaço de segundos, o dia de hoje servirá para todo o sempre como prova do poder inimaginável das circunstâncias divinas e das suas sagradas combinações.
escrito em - 21 DE SETEMBRO DE 2009

PRIMEIRO ACTO - continuação VII


( RAFAELA )
É terrível o que se está a passar lá em baixo. As minhas pernas continuam tão fracas. Contrastam com as dores que se fazem sentir intensas no meio da minha alma. São capazes de a destruir. O meu senhor Lefebvre estará vivo? O que será desta nossa vida sem restar de pé uma única parede, sem que as águas engulam de um só trago os restos dos corpos destroçados, alguns ainda cheios de vida mas presos contra as suas vontades no meio das pedras e do entulho que os tapa como uma colcha de morte. Vejo nos rostos das pessoas, destes homens e mulheres enérgicos e corajosos tanto desespero e tanta dor. Cresce em nós a impossibilidade de obter resposta à pergunta que todos lançam aos céus sem mover os lábios, sem libertar um único som que seja nessa função. Porquê Deus Nosso Senhor Todo-poderoso, porquê? Será porventura possível teres abandonado tantos devotos, teres marcado este dia tão especial com a marca mais fatal das forças do Demónio? Deixá-lo tomar conta desta nossa cidade para dela fazer um joguete, para despedaçá-la a seu bel-prazer, para inundá-la lançando pelas suas ruas, vielas, praças e escadarias um mar embrutecido que tudo engole na maior das fúrias e sem qualquer aviso? Afinal és um Deus pouco poderoso, um aliado vil desse outro destrutivo monstro que se entretém a derrubar Lisboa pedra a pedra, fachada por fachada, que mata e semeia pelas ruas da cidade milhares de cadáveres e uma imensidão de ruínas. O povo está derrotado, o Mundo inteiro tem de saber desta Tua traição. Afinal de contas que Deus és Tu que nos abandonaste, que te esqueceste deste povo honrado que tanto te estima e venera? Nada poderá ser como já foi. A dor por Vós aqui derramada fará memória. Ninguém poderá esquecer este dia em que Deus faltou a todo um povo, a toda uma cidade, a todo um País. Ninguém, ninguém! Para qualquer dos locais para onde olhe, desde a ribeira, desde o cais, desde as torres do palácio por onde os barcos passam arrastados e se esmagam contra as paredes do edifício, transportados às costas por uma segunda onda gigantesca que avança pela cidade até quase ao Rossio, até quase ao Hospital de Todos os Santos.
Tenho de ganhar a coragem necessária para descer até aos infernos que ali em baixo se agitam. Lefebvre não pode estar morto, não seria justo. O seu amigo médico por algum motivo nos alertou antes desta catástrofe se abater sobre a cidade. Esse é outro estranho desígnio para o qual nem vale a pena tentar arranjar explicação. Quantas vezes também nos meus sonhos se parecem antecipar acontecimentos com o peso gigantesco e quase cruel do realismo. São tantas as noites passadas em claro após pesadelos dessa espécie. São tão reais que mesmo depois de acordada me parece estranho encontrar-me do lado de cá dessas histórias. Muitas são as vezes que me vejo mais velha do que sou, ou a passear por locais que desconheço mas que de tão familiares não me causam qualquer estranheza. Ou como daquela vez em que, alagada em suor, quase vim para a rua descontrolada por pensar ser eu capaz de voar, tamanha a leveza e a rapidez com que senti o meu corpo levantar voo e passear ligeiro por cima das árvores, ora descendo a pique ora subindo acelerado na direcção das nuvens brancas mais distantes. Ou de uma outra em que fui capaz de descrever todos os movimentos que Lefebvre executou quando tratou dos muitos feridos do grande incêndio que destruiu parte do hospital agora novamente em ruínas. Eu, que nunca me atrevi sequer a colocar um pé que fosse nos degraus que dão acesso à capela do edifício, quanto mais conhecer os procedimentos, as formas ou os gestos necessários para auxiliar moribundos ou enfermos. E nesse estranho sonho, acompanhava o meu Lefebvre na sua missão de auxílio, limpando e preparando os doentes com grande mestria e à vontade, cozendo, sarando e tratando das diferentes fases dos tratamentos e das operações como se em toda a minha vida não tivesse eu feito outra coisa. Esta misteriosa capacidade dos sonhos, esta misteriosa capacidade que possuem de desembrulhar mensagens ou histórias de coisas que parecem estar para acontecer, é algo que todos nós sentimos mas que preferimos manter escondida na maior das seguranças. No fundo de quem somos, por vezes, as vontades e os receios misturam-se como um guisado de imagens e sabores secretos que explodem destas maneiras tão reais, tão intensas, em muitos de nossos sonhos. E graças ao seu misterioso poder, esse poder que se revelou nesta madrugada ao médico ilustre amigo de Lefebvre, aqui estou viva para testemunhar esta tragédia. Viva e assustada como uma criança perdida. Se alguém duvidava que tudo pode desaparecer e mudar no curto espaço de segundos, o dia de hoje servirá para todo o sempre como prova do poder inimaginável das circunstâncias divinas e das suas sagradas combinações.

em honra de todas as vítimas da tragédia de Lisboa
1 de Novembro de 1775
.

235 anos depois do terramoto de LISBOA


Por todos aqueles que já não habitam esta planície
que já não sentem as pedras
as paredes
a relva fresca por debaixo de seus pés

por todos os que amaram e sofreram
os que sentiram na pele
as suas vidas
e as de tantos outros

por todos os desalinhados e esquecidos
por tantos que nos alegraram os sentidos
nos pintaram a alma com sorrisos
nos iluminaram com cheiros
e gestos admiráveis
a luz de nossos dias

por todos os que de nós fazem parte
um imenso obrigado
amigos

deixo-vos agora
com um abraço sentido

até já

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