segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O FIM DESTE SETEMBRO


Mar de Setembro  
Tudo era claro:
céu, lábios, areias.
O mar estava perto,
Fremente de espumas.
Corpos ou ondas:
iam, vinham, iam,
dóceis, leves, só 
alma e brancura.
Felizes, cantam;
serenos, dormem;
despertos, amam,
exaltam o silêncio.
Tudo era claro,
jovem, alado.
O mar estava perto,
puríssimo, doirado.



Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte. 
Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de setembro. 

Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda? 

Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória. 

Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras? 

Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim. 

Eugénio de Andrade 

sábado, 28 de setembro de 2013

NÃO BASTA ABRIR A JANELA


Não basta abrir a janela

Não basta abrir a janela 
Para ver os campos e o rio. 
Não é bastante não ser cego 
Para ver as árvores e as flores. 
É preciso também não ter filosofia nenhuma. 
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas. 
Há só cada um de nós, como uma cave. 
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora; 
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse, 
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela. 

Falas de civilização, e de não dever ser, 
Ou de não dever ser assim. 
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos, 
Com as cousas humanas postas desta maneira. 
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos. 
Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor. 
Escuto sem te ouvir. 
Para que te quereria eu ouvir? 
Ouvindo-te nada ficaria sabendo. 
Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo. 
Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres. 
Ai de ti e de todos que levam a vida 
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!

Entre o que vejo de um campo e o que vejo de outro campo
Passa um momento uma figura de homem.
Os seus passos vão com «ele» na mesma realidade,
Mas eu reparo para ele e para eles, e são duas cousas:
O «homem» vai andando com as suas ideias, falso e estrangeiro,
E os passos vão com o sistema antigo que faz pernas andar,
Olho-o de longe sem opinião nenhuma.
Que perfeito que é nele o que ele é – o seu corpo,
A sua verdadeira realidade que não tem desejos nem esperanças,
Mas músculos e a maneira certa e impessoal de os usar. 

Alberto Caeiro

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

terça-feira, 24 de setembro de 2013

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

sábado, 21 de setembro de 2013

STOP

Stop all the clocks, cut off the telephone

W. H. Auden

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.

The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.
 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

domingo, 15 de setembro de 2013

sábado, 14 de setembro de 2013

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

terça-feira, 10 de setembro de 2013

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

HOTEL em SANTA CLARA


Hotel low cost junto ao Centro de Congressos

Foto Carlos Jorge Monteiro
Foto Carlos Jorge Monteiro
executivo municipal de Coimbra deve hoje aprovar o licenciamento de obras para reabilitação de um prédio junto ao Portugal dos Pequenitos para a instalação de uma unidade hoteleira de duas estrelas e estabelecimento de restauração.
A unidade hoteleira, em frente ao futuro Centro de Congressos do Convento de S. Francisco, será dotada de 26 unidades de alojamento (25 quartos duplos e um quarto individual) e 51 camas.
Este projeto prevê a recuperação das fachadas exteriores e a demolição do anexo do edifício, o qual foi construído em fase posterior.
Publicado por  em 19 Ago 2013 Arquivado em DestaqueGeral. Pode acompanhar quaisquer respostas a esta entrada através do RSS 2.0. Pode deixar uma resposta, ou trackbacks a esta entrada

terça-feira, 3 de setembro de 2013

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

domingo, 1 de setembro de 2013

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