A Luta pela Democracia atinge nova dimensão no país do Czar Putin
domingo, 24 de janeiro de 2021
24 de JANEIRO 2021 - Vigésimo quarto dia da terceira década do terceiro milénio
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
22 de JANEIRO 2021 - Vigésimo segundo dia da terceira década do terceiro milénio
EUREKA... ou coisas ditas ontem, ao final do dia, por Tiago Brandão Rodrigues:
quinta-feira, 21 de janeiro de 2021
21 de JANEIRO 2021 - Vigésimo primeiro dia da terceira década do terceiro milénio
Fecharam-se as escolas. Finalmente. Saudemos a decisão, ponto.
Ninguém pode, contudo, saber qual é o verdadeiro impacto no crescimento dos números de infetados e de mortos por Covid por se ter demorado tanto tempo a tomar a decisão
Confesso, contudo, a minha perplexidade pela opção de se encerrarem as escolas e, em simultâneo, a prática do ensino à distância. Se é para fechar as escolas, então, paremos também com o processo de ensino aprendizagem, ponto. Volto a afirmar que não estava à espera disto, e por muito do que já hoje li e escutei, a comunidade educativa também não, desde diretores e diretoras, passando por docentes, alunos, pais e encarregados de educação. Em abono da verdade, julgo não estar a dizer nenhum disparate se afirmar que esta espécie de "antecipação forçada de férias" em janeiro não era o que estaríamos à espera.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2021
20 de JANEIRO 2021 - Vigésimo dia da terceira década do terceiro milénio
HOPE HOPE HOPE HOPE HOPE HOPE HOPE HOPE HOPE
Mr President, Dr Biden, Madam Vice-President, Mr Emhoff,
Americans and the world,
When day comes we ask ourselves where can we find light in this never-ending shade? The loss we carry asea we must wade. We’ve braved the belly of the beast. We’ve learned that quiet isn’t always peace. In the norms and notions of what just is isn’t always justice. And yet, the dawn is ours before we knew it. Somehow we do it. Somehow we’ve weathered and witnessed a nation that isn’t broken, but simply unfinished. We, the successors of a country and a time where a skinny Black girl descended from slaves and raised by a single mother can dream of becoming president only to find herself reciting for one.
And yes, we are far from polished, far from pristine, but that doesn’t mean we are striving to form a union that is perfect. We are striving to forge our union with purpose. To compose a country committed to all cultures, colors, characters, and conditions of man. And so we lift our gazes not to what stands between us, but what stands before us. We close the divide because we know to put our future first, we must first put our differences aside. We lay down our arms so we can reach out our arms to one another. We seek harm to none and harmony for all. Let the globe, if nothing else, say this is true. That even as we grieved, we grew. That even as we hurt, we hoped. That even as we tired, we tried that will forever be tied together victorious. Not because we will never again know defeat, but because we will never again sow division.
Scripture tells us to envision that everyone shall sit under their own vine and fig tree and no one shall make them afraid. If we’re to live up to her own time, then victory won’t lie in the blade, but in all the bridges we’ve made. That is the promise to glade, the hill we climb if only we dare. It’s because being American is more than a pride we inherit. It’s the past we step into and how we repair it. We’ve seen a forest that would shatter our nation rather than share it. Would destroy our country if it meant delaying democracy. This effort very nearly succeeded.
But while democracy can be periodically delayed, it can never be permanently defeated. In this truth, in this faith we trust for while we have our eyes on the future, history has its eyes on us. This is the era of just redemption. We feared it at its inception. We did not feel prepared to be the heirs of such a terrifying hour, but within it, we found the power to author a new chapter, to offer hope and laughter to ourselves so while once we asked, how could we possibly prevail over catastrophe? Now we assert, how could catastrophe possibly prevail over us?
We will not march back to what was, but move to what shall be a country that is bruised, but whole, benevolent, but bold, fierce, and free. We will not be turned around or interrupted by intimidation because we know our inaction and inertia will be the inheritance of the next generation. Our blunders become their burdens. But one thing is certain, if we merge mercy with might and might with right, then love becomes our legacy and change our children’s birthright.
So let us leave behind a country better than one we were left with. Every breath from my bronze-pounded chest we will raise this wounded world into a wondrous one. We will rise from the gold-limbed hills of the west. We will rise from the wind-swept north-east where our forefathers first realized revolution. We will rise from the Lake Rim cities of the midwestern states. We will rise from the sun-baked south. We will rebuild, reconcile and recover in every known nook of our nation, in every corner called our country our people diverse and beautiful will emerge battered and beautiful.
When day comes, we step out of the shade aflame and unafraid. The new dawn blooms as we free it. For there is always light. If only we’re brave enough to see it. If only we’re brave enough to be it.
AMANDA GORMAN
18 de JANEIRO 2021 - Décimo oitavo dia da terceira década do terceiro milénio
Preferia não ter tido razão quando escrevi o que escrevi acerca do "Confinamento Light". Somos o primeiro País do Mundo naquilo que seria importante... sermos o último! Vergonha, e acreditem que nada se irá alterar acerca das medidas durante os próximos dias, e quanto a começar a vacinação aos nossos bombeiros, lá mais para o fim de janeiro! Deixem tudo ficar tal como está, para quê mudar a estratégia? OS RESULTADOS ESTÃO À VISTA! PRIMEIROS!!!!!
Irra,... o Costa é de uma teimosia capaz de ombrear com o tamanho da sua tremenda insensatez (para não ser politicamente inconveniente e chamar-lhe tremenda estupidez). Agora só temo que, para não dar o braço a torcer às evidências, considere este assunto do encerramento das escolas um caso encerrado. O Costa, neste momento, é tão ou mais perigoso que o COVID. Vai dar cabo do SNS, da saúde dos nossos médicos, enfermeiros, auxiliares, bombeiros, todos aqueles que fazem nos hospitais das tripas coração. O Costa está tramado por não ser capaz de deixar de ser teimoso. É uma ironia atroz e incompreensível... Alguém que o obrigue a ser sensato, para bem do País, mas temo que todos os prazos já tenham sido mais do que ultrapassados. E já agora, alguém ouviu o Costa dizer a partir de quando é que estas "novas" medidas vão começar a ser aplicadas? Tristeza é tudo aquilo que eu sinto...
domingo, 17 de janeiro de 2021
17 de JANEIRO 2021 - Décimo sétimo dia da terceira década do terceiro milénio
MIGRAÇÃO, UM PROBLEMA SEM SOLUÇÃO APARENTE, ou como a distribuição da riqueza global conduzirá irremediavelmente a uma TRAGÉDIA SEM FIM.
"Não podem passar e não vão passar", foram as palavras utilizadas pelo diretor do Instituto Guatemalteco de Migração, Guillermo Díaz, segundo a agência de notícias espanhola Efe. O funcionário falava no município de Quetzaltepeque, perto da fronteira com as Honduras, onde as forças de segurança mantêm barreiras para tentar impedir a passagem dos migrantes. Apresento, de seguida, um link da Al Jazeera onde se podem comprovar os efeitos devastadores dos dois furacões de novembro passado e as condições de vida deplorável deste povo centro americano.
Não é sequer possível imaginar o que é viver num inferno assim. Sabemos, também, que estas tempestades extremas são causas diretas do aquecimento global que tantos preferem ignorar, e que, por esse motivo, mais rapidamente se deveriam accionar pacotes de ajuda para evitar catástrofes humanitárias como a que neste país se está a viver. A tragédia, contudo, é global e são quase sempre os mais frágeis, pobres e desfavorecidos que acabam por pagar esta fatura. Depois é escorraçá-los, empurrá-los de volta a casa, agredi-los e varrê-los para debaixo de um qualquer tapete da Humanidade, como são tantos e tantos e tantos os exemplos que, tal como este, poderíamos aqui mencionar.
Esta é uma Pandemia sem vacinas, sem solução, e sem um fim aparente, irá continuar a crescer até acabar por corroer definitivamente a alma da Humanidade, mostrando que afinal 2021 tem sido tudo menos um Feliz Ano Novo.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
15 de JANEIRO 2021 - Décimo quinto dia da terceira década do terceiro milénio
Os tempos pertencem a pessoas de mentalidade decente ou, os cães ladram e a caravana passa
Não me vou alargar com grandes opiniões ou adjetivos acerca de um dos candidatos à presidência da República, mas se ainda pudessem restar dúvidas acerca do seu caráter ou do tipo de pessoa que ele é, Portalegre encarregou-se de as desfazer. Desrespeita, insulta, mente, levanta a voz e aponta o dedo, brinca aos políticos servindo-se da democracia Portuguesa onde já nasceu e sempre viveu e onde gosta de cuspir. Jamais pedirá desculpa ou aceitará argumentos diferentes dos seus, sabemos todos muito bem quem tenta imitar e quais são os elementos que lhe facultam a gasolina com a qual pensa regar a Política Nacional.
Já me alarguei mais do que desejava sobre o assunto, e termino com esta evidência; Pensem bem o quão irónico e trágico é para o tal sujeitinho ter de passar o resto dos seus dias a aturar-se a si próprio sem ter para onde escapar.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2021
14 de JANEIRO 2021 - Décimo quarto dia da terceira década do terceiro milénio
A Distopia Formal de 2021
A Frase do dia chegou pela boca do candidato à Presidência da República, "Tino" de Rãs, que afirmou o seguinte: "Porque é que têm medo da Cultura, porque é que querem calar a Cultura? Se calarem a Cultura, calam a Democracia!"
De repente transformou-se este recém chegado ano de 2021 numa Distopia Formal. A Arte está parada! Parou-se a Arte, parou-se a Democracia, para bem do Confinamento.
Distopia relaciona-se com conteúdos ou enredos que sugerem quebras ou diferenças substanciais em relação à nossa sociedade e às várias realidades que lhe reconhecemos. Isso é particularmente visível nas críticas sociais como A Revolta dos Porcos ou 1984, de George Orwell, ou em obras de ficção científica como Laranja Mecânica, de Anthony Burgess. A alegoria é utilizada como uma espécie de ferramenta narrativa por estes autores, nestas obras em particular, criando nelas uma espécie de realidade aumentada. Se pensarmos em 1984, do Orwell, o tema é distópico, mas a estrutura do texto, nem por isso. Então, o que é uma Distopia Formal? Seguramente, "este recém chegado ano de 2021"! Querem um texto mais distópico do que este? O Ano Novo introduziu elementos que causam uma grande estranheza, muito para lá de uma miragem dolorosa que nos atirou para além do normativo, para longe, bem longe daquilo a que estamos acostumados. 2021 foi claramente construído obedecendo às regras de um texto Distópico, é uma “Distopia concreta” na sua construção e na Forma como vai acontecendo.
2021 é claramente utópico, eu até o colocaria num outro lugar. A representação do "novo normal" neste Mundo sem respostas trai o potencial das palavras à nascença, logo ali na fronteira onde se começam a questionar. O Ano Novo ainda não se conseguiu definir, mas também não se sabe conter, não se explica nem se entende, vai avançando às cegas pela densa névoa da incerteza, tão jovem e ultrapassa todas as tentativas de entendimento. Pela singela estranha e dimensão dos acontecimentos desta primeira quinzena do ano, 2021 pode ser considerado como um clássico da literatura Distópica. Ainda bem que assim é pois a Humanidade aprecia jovens autores capazes de idealizarem versões exponencialmente opressivas do presente, tal como Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, só para citar mais um exemplo. Até à data, 2021 tem sido capaz de se reinventar como uma (mesma) história conhecida, a continuação e o crescimento desmesurado de uma Pandemia à escala Global incapaz de regressar à caixa de Pandora de onde foi retirada.
Viva a Literatura, Viva... PIM!
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
13 de JANEIRO 2021 - Décimo terceiro dia da terceira década do terceiro milénio
O Confinamento LIGHT
A próxima sexta-feira marcará o início de um novo Confinamento, o primeiro da década, o segundo em menos de um ano. Vou chamar-lhe "Confinamento Light", por razões óbvias. Hospitais e Lares de Idosos, Centros de Dia e de Cuidados Continuados (naturalmente), Tribunais, Escolas, Supermercados e Mercearias, Restaurantes, Cafés e Bares com serviço de restauração, em regime de Take-Away, Postos de Abastecimento, Farmácias, Indústria e todo o tipo de trabalho de Construção Civil, mais a malta do Chuto da Bola, Quiosques para venda de jornais, revistas, do Placard, das raspadinhas, do Totobola e do Euro Milhões, as Escolas, as Igrejas e suas Capelinhas, tudo isto se irá manter em atividade, assim como Cemitérios (naturalmente), Estabelecimentos Prisionais (estão em funcionamento mas encerrados ao público em geral, presumo eu), as Universidades, Esquadras de Polícia e alguns Serviços Públicos mediante marcação prévia, isto para além de Bombeiros, Táxis e Ubers, ( Eat e sem ser Eat ), Transportes Públicos, Consultórios de Dentistas, etc, etc, etc...(incluí aqui alguns etceteras por existirem outras atividades e/ou serviços que, seguramente, continuarão também a funcionar).
Digam lá se isto não é um "Confinamento Light"? Até vamos ter Bónus a meio do confinamento, vamos todos poder sair livremente à rua no dia 24 de janeiro para votar que nem uns desconfinados, (e que belo será esse domingo de eleições), logo depois da ida à missa, claro está, essa importantíssima atividade Cultural. Não faço ideia se existe também autorização para se manterem abertas, neste Confinamento, todas as mesquitas, as Sinagogas, os templos Budistas, Xintuístas e Hindús, as Igrejas Adventistas, Evangélicas, Protestantes, Batistas, Ortodoxas, Mórmons, as Cientologistas, para além de todos os outros lugares onde se pratique qualquer tipo de Culto. Espero, para bem do nosso governo, que não se tenha esquecido deles neste "Confinamento Light". Já agora, será que as Lojas Maçónicas também têm autorização para manterem as suas atividades Culturais? Não sei, pois nenhum jornalista colocou esta pertinente questão, mas acredito que sim, que não haverá nenhum problema se isso acontecer, seguindo o exemplo das Missas...
Se tiver cãozinho, pode ir passear o cão, se tiver gato, pode ir passear o gato, pode dar um passeio ou uma corrida higiénica, correr a milha, a légua, os 5K os 10K a meia maratona ou a maratona inteira, se para aí estiver motivado... Leve é a máscara, não se esqueça da máscara que agora a multa é a dobrar! Pode seguir a viagem higiénica de skate, de bicicleta, de trotinete, de triciclo, só não sei se pode usar jumento, mula, égua ou cavalo, ninguém se lembrou de questionar o nosso Primeiro Ministro acerca deste importante assunto.
O "Confinamento Light" chega já na próxima sexta-feira. Com ele estão os nossos governantes seguros que iremos conseguir acalmar a trágica subida do número de infetados e de mortos por Covid. Quanto a mim, não consigo estar otimista com esta estratégia. Considero-a errada, absurda em muitas das suas opções, tremendamente disparatada, quase a roçar a incompetência e a insensatez.
Uma coisa é certa e segura, amanhã lá estarei, na sala do costume, para cumprir com todo o rigor e profissionalismo as Mui Nobres e importantíssimas funções de Professor. E não se esqueçam, nada de idas a Teatros, Concertos, Bailados, Museus, Bibliotecas, Livrarias, Cinemas, Óperas, Circos, Colóquios, Conferências, Palestras, Exposições... ou qualquer outro tipo de atividade Cultural, com exceção, claro está,... da Santa Missa.
Um Bom Confinamento... se conseguir!
terça-feira, 12 de janeiro de 2021
12 de JANEIRO 2021 - Décimo segundo dia da terceira década do terceiro milénio
O Famoso Lustre do musical Fantasma da Ópera (Broadway)
E se o célebre lustre caísse verdadeiramente do teto do Teatro Majestic e atingisse grande parte da plateia, transformando ficção em realidade? O Fantasma da Ópera transformaria a Broadway da noite para o dia, causaria o Caos na emblemática zona de Midtown Manhattan, essa gigantesca e emblemática parcela da cidade que nunca dorme. Nova Iorque é uma cidade densa e esquizofrénica. Nova Iorque é uma cidade onde se pode encontrar tudo aquilo que se possa imaginar, desde pseudo-poetas a aspirantes a poetas, não poetas, poetas de faz de conta, poetas que ainda não imaginam que o são, poetas anónimos, poetas ricos, poetas pobres e, em menor número, poetas de verdade. Poetas que resolvem escrever porque não conseguem ficar quietos com a vida, com aquela parte da vida que custa atravessar, aquele deserto enfurecido, angustiante, quente, claustrofóbico, apinhado de gente desinteressante.
O teatro pega fogo, os espetadores gritam ao tentar escapar da tragédia causada pelo Fantasma. A 44ª avenida fica apinhada de gente que foge ao desastre ao mesmo tempo que um Picasso na Christies é arrematado por cento e sessenta milhões de dólares. Os poetas, quase todos os poetas da cidade, choram lágrimas de crocodilo por não compreenderem a poesia daquela pintura acabada de vender. Nem o espanhol que a pintou consideraria possível tamanha arrogância. Como é que alguém teve a ousadia de pagar um preço daqueles pela sua arte? E depois há o barulho permanente das sirenes e dos helicópteros e dos automóveis e dos táxis amarelos e das multidões de pessoas apressadas nas avenidas perpendiculares umas às outras, menos a Broadway. Ali, em plena Midtown, podemos facilmente imaginar Sinatra a cantar em Times Square, antes, durante e depois do icónico descer da Bola Iluminada em noite de fim de ano.
O Fantasma deixa entrar os sem-abrigo nova-iorquinos para o interior do Majestic semi-destruído. O fogo foi extinto com alguma facilidade, mas nesta noite já não haverá espetáculo, o teatro não está em condições. Já nada está em condições na grande Maçã, está tudo partido, tudo a necessitar de arranjo, serão meses, anos de restauro, e agora existem até painéis de mosaicos com cães a embelezar algumas estações de metro da cidade.
E agora, pela primeira vez desde que New York se recorda de ser metrópole, a cidade adormeceu de tristeza por causa do maldito Covid! Que saudades das tardes e das noites em que o famoso lustre descia descontrolado do teto do Majestic para gáudio dos seus espetadores, que saudades...
domingo, 10 de janeiro de 2021
10 de JANEIRO 2021 - Décimo dia da terceira década do terceiro milénio
A Arca de Emily Dickinson VS A arca de Fernando Pessoa
Hoje deparei-me com uma singela coincidência na vida destas duas grandes figuras da história da literatura que me impeliu a escrever acerca do assunto. A grande poeta norte-americana Emily Dickinson viveu a sua vida de um modo isolado, principalmente os últimos anos, quase como uma reclusa fechada no seu quarto em Amherst (cidade natal da poeta), na casa de seu pai. Por esse motivo, os seus conterrâneos teciam vários comentários acerca de si, e os boatos que cresciam acerca dela sugeriam uma certa, digamos, dissonância entre o modo de viver de Dickinson e a sua sanidade mental, quase como se alguém que vivesse dessa forma não pudesse ter uma mente sadia. Como os seus poemas acabaram por nos revelar anos mais tarde, a sua mente não só era saudável como “absolutamente maravilhosa”. E eis que, após a sua morte, foram encontrados cerca de 1.775 poemas guardados num baú, escritos em qualquer pedaço de papel que ela conseguisse encontrar, uma "arca" tão simbolicamente parecida com a de Pessoa. A obra da poeta acabaria assim por ser salva, preservada nessa arca que, por estranha ironia, pertencia a uma sua criada irlandesa chamada Margaret Maher. Só mais tarde, e por iniciativa da sua irmã mais nova Lavinia Norcross Dickinson, a sua obra começou a ser editada, em 1890, quatro anos após Emily Dickinson ter falecido.
I died for beauty, but was scarce
Adjusted in the tomb,
When one who died for truth was lain
In an adjoining room.
He questioned softly why I failed?
“For Beauty,” I replied
“And I for truth,— the two are one;
We brethren are,” he said.
And so, as kinsmen, met a night,
We talked between the rooms,
Until the moss had reached our lips,
And covered up our names.
Emily Dickinson #448, The Poems of Emily Dickinson, Reading Edition, ed. R.W. Franklin (Cambridge: Belknap Press of the Harvard University Press, 2nd Edition, 1999), p. 207.
Quanto à segunda "caixa" de valor incalculável, a arca Pessoana, digo-vos que encontrei uma notícia do jornal "Público" de 29 de julho de 2011 a informar que a famosa arca onde Fernando Pessoa guardou os seus poemas, cartas e livros, foi arrematada em leilão, em 2008 em Lisboa, por 50.000 euros por um colecionador particular e “estará no norte do país”. Muitos foram os pessoanos que ficaram chocados, na altura, por o Estado não ter comprado a arca, mas o pior é que a Lusa contactou o gabinete do secretário de Estado da Cultura, àquela data, Francisco José Viegas, que confirmou não saber do paradeiro da arca, Fonte do gabinete disse ainda que “não é neste momento intenção da secretaria de Estado da Cultura encetar qualquer processo de aquisição do referido objecto”. Então, qual será o paradeiro destas duas arcas literárias? Vou seguir, por breves instantes, a ideia presente nos seguintes versos famosos de Fernando Pessoa, e no que neles disse a sua voz poética:
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada
sábado, 9 de janeiro de 2021
09 de JANEIRO 2021 - Nono dia da terceira década do terceiro milénio
Hoje poderia voltar a falar da pandemia, do novo Confinamento que já chega tarde, do tempo invernoso que vai acontecendo, da neve que cai no Alentejo, em Penacova ou na praia das Rocas em Castanheira de Pêra, do Trump alucinado que ainda estrebucha e mexe e vai causando danos à democracia enquanto não o calarem de vez, ou do avião que caiu na Indonésia, mas não.
Hoje resolvi escrever sobre um assunto que a todos devia envergonhar, falo acerca da crise de valores existente nos programas televisivos das tardes de confinamento que são servidos aos portugueses em pacotes de absoluta insanidade quer na RTP, na SIC ou na TVI. Não consigo arranjar palavras capazes de qualificar, com exatidão, tanta dose de coisa nenhuma, tanto vazio, tanta tristeza e tão grande falta de criatividade e de respeito pelos telespectadores dos nossos três canais generalistas. A RTP passa um programa chamado AQUI PORTUGAL, a SIC um outro intitulado REGRESSO AO FUTURO e a TVI um tal de EM FAMÍLIA. O nome ENCHER CHOURIÇOS é o único que se poderia utilizar para cada uma destas propostas televisivas sem nenhuma qualidade, e que estes canais optam em servir em doses maciças ao Povinho, não apenas aos fins-de-semana, mas também ao longo de toda a semana. Resta a RTP2 que serve programas infantis matinais, e hoje à tarde vai passando basquetebol, séries, documentários, e, a partir das dez da noite, exibirá uma fantástica produção de TOSCA de Giacomo Puccini, no Teatro Alla Scala de Milão, da responsabilidade de Roger Parker que baseou essa sua adaptação no trabalho e manuscrito original do seu criador. Dir-me-ão que, afinal, nem tenho razões de queixa com esta escolha da 2 para concluir este meu dia de confinamento. Talvez, talvez até me possa sentir um Tuga privilegiado por ter, para além da ópera, opções na Netflix e em ínúmeros canais por cabo, ou até poder optar por alguns DVDs com cinematografia de outras épocas. Sim, tudo isso é verdade, mas eu não consigo entender nem engolir de bom grado que as televisões generalistas optem sistematicamente por proporcionar à população este constante empobrecimento e embrutecimento cultural, como se nada mais fossem capazes de criar. Obedecem a essas Deusas televisivas chamadas de sondagens, fazendo-nos crer que elas é que são as verdadeiras donas disto tudo. Vou ser um velho à moda antiga, vou ser um cromo cinquentenário e vou mudar para a RTP Memória, talvez por lá possa voltar a assistir ao célebre "Passeio dos Alegres", do "nosso" Tio Júlio Isidro, ao "Se Bem me Lembro" do Nemésio, ou a "Animação" do Vasco Granja com os desenhos animados do Tex Avery e animações esplendorosas das escolas Checas, Polacas e Canadenses.
Já escolhi. Fiz "rewind" no Canal Memória até às 02.40 de hoje para escolher um episódio da série Americana dos anos 70 intitulada "Uma família às direitas" com aquela célebre personagem conservadora Archie Bunker, um republicano "mais ou menos" moderado naquela longínqua década de 70, dias em que os EUA viviam a tragédia da Guerra do Vietname. Qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo é preferível ao veneno intragável que RTP1, SIC e TVI optam por colocar no ar todos os dias.
BOM CONFINAMENTO!!
sexta-feira, 8 de janeiro de 2021
08 de JANEIRO 2021 - Oitavo dia da terceira década do terceiro milénio
PORTUGAL - COVID HOJE - O PIOR DIA DE SEMPRE
118 mortos e mais 10176 casos --- Hospitais em rutura, uma vaga de frio intensa a não ajudar, doentes a serem transportados de hospitais em zonas já saturadas para diferentes unidades de outras regiões. O Hospital de Santa Maria declarou situação de catástrofe e outros se deverão seguir.
Não sei se são os efeitos das prendas do Pai Natal, ninguém sabe ao certo, apesar de não faltarem especialistas em todos os orgãos de comunicação social a esclarecer tudo e mais alguma coisa sobre estes assuntos. Uma coisa é certa, em Março de 2020 houve confinamento geral com 86 casos no dia 16 e 117 casos no dia 17, ou seja, com pouco mais de 200 casos em dois dias. Agora, apenas em dois dias atingimos 20000 ( vinte mil ) casos de infeção. DO QUE É QUE SE ESTÁ À ESPERA?? O mais que necessário confinamento geral do País já chega MUITO tarde, infelizmente.
Chegou a hora em que se manifestarão em Portugal os efeitos mais dramáticos da Pandemia. Talvez fosse mais sensato clarificar a situação em que vivemos nos dias de hoje como um verdadeiro estado de GUERRA, e devemos ter plena consciência disso mesmo para nos sabermos comportar à altura deste terrível acontecimento. Vão morrer muito mais pessoas por dia, pessoas, são pessoas, são nossos compatriotas, não são apenas números vazios e sem significado a passar em folhas de cálculo ou nos rodapés dos flashes noticiários. É de uma GUERRA que se trata, e não tenho observado da parte dos nossos responsáveis qualquer comunicação acerca do assunto, nem tão pouco acho que se tenham preparado, e muito menos nos avisaram. Parece até que se chegou a este alarmante estado de sítio de um momento para ou outro e que apanhou todos os nossos governantes adormecidos.
É IMPERIOSO esclarecer devidamente a população acerca do cumprimento escrupuloso de medidas e regras vitais e prioritárias que todos teremos de enfrentar e de conseguir realizar nas próximas trágicas semanas que se adivinham. Que ninguém se iluda, o caminho a percorrer será ainda MUITO LONGO, penoso, com perdas dramáticas de vidas e com privações bem difíceis de suportar. Temos de manter o país unido e arregaçar as mangas para o que está para chegar. Ontem o confinamento já era tardio, e por muito polémica que possa ser esta minha opinião, é MESMO NECESSÁRIO MANTER AS ESCOLAS FECHADAS e enviar os alunos para casa. Desculpem, mas é mesmo assim... Este é um inimigo invisível com grande poder de fogo! Imaginemos que no meio de uma forte possibilidade de bombardeamento pelas forças inimigas, em que o mais sensato seria corrermos para os abrigos para nos protegermos do ataque, aquilo que optaríamos por fazer era enviar as nossas crianças e jovens para as escolas como se nada lhes pudesse acontecer.
Insisto, sem alarmismos, e para que possamos salvar o maior número de vidas que conseguirmos, que vivemos nos dias de hoje um verdadeiro estado de GUERRA, e que, por tudo o que já disse, é imperativo ATUAR! CONFINAMENTO JÁ!
quinta-feira, 7 de janeiro de 2021
07 de JANEIRO 2021 - Sétimo dia da terceira década do terceiro milénio
Dois mil e vinte e um faz hoje uma semana de vida. E até agora, pelo "andar da carruagem", não tem defraudado as expetativas.
© Reutersquarta-feira, 6 de janeiro de 2021
06 de JANEIRO 2021 - Sexto dia da terceira década do terceiro milénio
Hoje vou fazer minhas as palavras de JOÃO MARIA DE FREITAS BRANCO publicadas no jornal O Público. É que é isto mesmo, exatamente, sem "tirar nem pôr" a minha opinião sobre a matéria em causa. Decidi colocar aqui todo o artigo, e não apenas a hiperligação, por considerar importantíssima a sua leitura atenta para melhor compreensão da alucinada realidade dos dias que vão correndo.
JOÃO MARIA DE FREITAS-BRANCO
OPINIÃO
USA a caminho da tirania
É verdade haver a sorte de Donald Trump ser um incapaz no domínio da arquitectura ideológica. Não tem cultura política, não tem pensamento próprio organizado, não tem programa político, pensa e age de forma instintiva e unicamente em função da obsessão narcísica. Nunca conseguirá ser um autêntico líder político. Se na óptica do amigo da Liberdade e da Democracia há estes motivos de regozijo, também existem, em paralelo, motivos de muito séria preocupação. Porquê? Pelas razões principais que passo a enunciar.
Na sua imbecilidade, Trump não deixa de ser um deficiente moral com grande poder e imensa influência sobre uma ampla massa de cidadãos. Consciente desse poder, Trump e os seus acólitos apelaram à “voz da rua”, convocando aquilo a que significativamente chamam “the biggest event in Washington DC history”: The March for Trump. Na origem da iniciativa há um despautério pessoal, resultante da mente perturbada de um sujeito; mas a crença delirante, psiquiatricamente justificada, foi entretanto transposta para a mente de dezenas de milhões de eleitores republicanos, tendo-se transformado assim numa persistente crença delirante colectiva (para a qual ainda não há satisfatória explicação psiquiátrica). Milhares desses crentes vão participar na March enchendo as ruas que rodeiam o Capitólio. Como se irão comportar? Vão aceitar pacificamente a confirmação da vitória eleitoral de Biden? Não será evidente o risco de a manifestação se tornar violenta? Se a violência rebentar nas ruas, qual vai ser a resposta? Que fará o Presidente delirante? Irá aproveitar para declarar a lei marcial, utilizando-a como forma de impedir a transferência de poder? Se Trump é um “ideólogo” inapto, o mesmo não acontece com os poderosos políticos antidemocratas do arruinado Partido Republicano que, esses sim, têm um programa político e servem-se da popularidade de um doido execrável para levarem avante um concertado golpe com o objectivo de travar o avanço da corrente progressista do Partido Democrático (Bernie Senders, Elizabeth Warren, Ocasio-Cortez, etc.) e implementarem um regime totalitário, talvez inspirado na Rússia de Putin. Não perfilho da opinião daqueles que vêem na infinita estupidez uma particularidade do problema do perigo totalitário na América. A estupidez, com a sua dimensão infinita, está bem distribuída. Não há povos por natureza mais inteligentes e outros menos inteligentes. Há, no entanto, uma diferença relevante em relação a outras Nações, como p.e. a nossa: é que nos EUA os broncos, humana combinação da estupidez com a ignorância, estão organizados, nomeadamente no plano institucional. Mais: essa dimensão organizativa da “bronquite” ou do “bronquitismo” envolve uma componente paramilitar (milícias legalmente armadas – pasmosa realidade!). Como Timothy Snyder diria a partir dos ensinamentos da história do século XX, be wary of paramilitaries!
Quando o Congresso reunir hoje, dia 6, para contar e certificar os votos do Electoral College, não se sabe quantos senadores e membros da Casa dos Representantes vão objectar. Também se desconhece se Mike Pence, que presidirá à sessão, vai assumir uma atitude golpista, bloqueando o funcionamento da contagem e deixando que se instale o caos. Recorde-se que nesse momento o edifício estará cercado por muitos milhares de manifestantes movidos pela ideia delirante de ter existido uma monumental fraude eleitoral e de que Trump é o verdadeiro vencedor das eleições de 3 de Novembro. Acrescente-se que se no dia de ontem os republicanos não tiverem ganhado as eleições na Geórgia, perdendo o controlo do Congresso, os ânimos vão estar ainda mais exaltados (na altura em que escrevo ainda não se iniciou a votação).
Mesmo que hoje, dia 6, tudo corra dentro da legalidade e sem sobressaltos, Trump não vai desistir. Porque o funcionamento da sua mente não permite a concessão. Tenha-se presente um dos clássicos critérios de classificação da crença delirante enunciado por Karl Jaspers em uma obra de referência, Allgemeine Psychopathologie: é ele a incorrigibilidade. Ou seja, a apresentação de qualquer evidência, prova factual ou contra-argumento racional não produz modificação correctora no conteúdo da crença, por isso mesmo é ela classificada como sendo delirante. Mais assustador é que essa característica patológica tem-se manifestado no colectivo de 80% dos eleitores republicanos, devindo crença delirante colectiva, não tematizada pelo velho Jaspers (nem por outros) como patologia, mas que estranhamente parece conter também a incorrigibilidade como característica. Elemento favorecedor da germinação da polarização radical, um dos tradicionais pilares da tirania e de todas as formas de totalitarismo.
Adiciono duas notícias muito recentes que deixo à consideração do leitor: 1) O Irão emitiu um comunicado alertando para a hipótese de um ataque israelita contra tropas americanas estacionadas no Médio Oriente simulando autoria iraniana; 2) três dias depois de ter sido ordenado o regresso aos EUA do porta-aviões USS Nimitz foi emitida uma contra-ordem para que permanecesse na região do Médio Oriente; 3) todos os ex-secretários de Estado da Defesa vivos (ex-ministros da Defesa, na terminologia portuguesa) assinaram um documento conjunto apelando para a não intervenção das Forças Armadas na disputa eleitoral.
O golpe contra a democracia perpetrado a partir da Casa Branca com a cumplicidade explícita de boa parte da elite política republicana atingirá o ponto culminante nos próximos dias. A Democracia está sob ameaça. A estabilidade política mundial está em risco. Não se devia ter ouvido já alguma voz da União Europeia, do Reino Unido, de países como o nosso, manifestando preocupação com o evoluir dos acontecimentos nos EUA?
NOTA: este artigo foi redigido ao início da manhã do dia 5 de Janeiro de 2021, antes do início da votação na Geórgia.
terça-feira, 5 de janeiro de 2021
05 de JANEIRO 2021 - Quinto dia da terceira década do terceiro milénio
Cutileiro! Eis que mais um vulto marcante da nossa cultura nos deixou na primeira semana do ano. Uma estranha e implacável conjugação dos planetas decidiu levar, num curto espaço de tempo, dois homens incomparáveis, dois ícones deste pequeno Portugal por eles tão engrandecido. Publicitaram e elevaram as suas Artes como poucos o souberam fazer, e como eram cintilantes e categóricas as visões que cada um tinha dos seus Deuses. Descansam, agora, nesse Olimpo reservado somente àqueles que dedicam a vida inteira à Arte que os alimentava. Existiram na sua plenitude, o Carlos, quando cantava, o João, enquanto esculpia, e não se deixaram seduzir pela vida comum dos seres "normais", esses outros que nós somos, tantas vezes incapazes de compreender a grandeza e o génio de Homens como o Carlos e o João, muito, muito, muito à frente do seu tempo e nunca, jamais, à frente dos seus Tempos.
Obrigado Carlos, obrigado João! Um sentido e forte abraço amigo deste outro lado da vida...
segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
04 de JANEIRO 2021 - Quarto dia da terceira década do terceiro milénio
Por qualquer estranha razão ainda há quem continue a desejar "Feliz Ano Novo" quando nos veem aproximar ao longe? Não sei se repararam, mas já passaram quatro dias da nova década e todos entendemos que a tão desejada Felicidade vai demorar a chegar. Como tal, desejemos apenas bom-dia, ou boa-tarde, ou então limitemo-nos a apreciar a beleza incomparável do silêncio, tesouro cada vez mais menosprezado nos dias que correm. Um simples olá é cumprimento mais que suficiente e gasta menos energias. As pessoas estão cada vez mais cansativas, falam do frio, da chuva, do vento, deixaram de falar do Amor, de poesia, de literatura, deixaram de escutar a musicalidade incomparável dos silêncios das alvoradas e parecem ser incapazes de observar as tonalidades de Turner na luminosidade do nascer dos dias.
Os britânicos vão fechar-se dentro de portas por um período de seis semanas, Covid oblige. Acho bem, pois se antes achavam quase imoral deixarem de se reunir nos pubs ou de tomar o chá das 5 por causa de um mero vírus, agora...bom, agora assumem que talvez seja melhor fazer como a maioria dos países da... Europa fez durante Março e Abril do ano passado. Pouco importa que estejam atrasados nas medidas alguns meses, é que os britânicos gostam muito de pensar, com afinco e ao detalhe, sobre todas as coisas da vida,... e as da morte também. Desde que God Save the Queen, está tudo bem, ou como dizia a canção, Andra Tutto Benne, assim é que é!
Nos EUA, se não fosse coisa séria, até daria vontade de rir. As autoridades estaduais de Washington ativaram qualquer coisa como 340 soldados da Guarda Nacional norte-americana para proteger a capital dos Estados Unidos face à manifestação de apoiantes fanáticos do Presidente cessante Donald Trump marcada para a próxima quarta-feira, dia 6 de janeiro. Este avanço civilizacional profundo da Nação mais poderosa do planeta é um sinal dos tempos. O homem com o mesmo nome do mais famoso pato do Mundo, depois do pato à Pequim, e a quem os norte-americanos decidiram entregar os destinos do país durante os últimos quatro anos, continua a fazer birra para relembrar, a todos aqueles que o veneram, que é MESMO ele a maior ameaça à democracia dos tempos modernos. Espero que a nossa CMTV tenha enviado várias equipas de reportagem à capital do reino Estado Unidense, pois imagino que serão vários os pontos de reportagem. Já nem vou falar da gravação do telefonema em que Trump pressionou o principal responsável eleitoral do estado da Geórgia, durante cerca de uma hora, para fazer uma recontagem fantasma com mais 11780 votos a seu favor para assim reverter o resultado eleitoral nesse estado. Um dos nossos candidatos presidenciais, cujo nome evito mencionar por razões sanitárias, já terá antecipado e preparado estratégia idêntica para conseguir reverter a seu favor o número de votos suficientes para conseguir alcançar a tão desejada segunda volta. Nem imagina a tareia que levará nessa segunda volta do candidato Tino de Rãs.
domingo, 3 de janeiro de 2021
03 de JANEIRO 2021 - O terceiro dia da terceira década do terceiro milénio
A que Mundo desejamos regressar no pós-Covid 19? Não queremos nem apreciamos a "nova realidade", mas seria a "velha realidade" um espelho correto dos nossos hábitos e das nossas idiossincrasias?
Hoje, dia 3 de janeiro de 2021, resolvi relembrar a todos a importância extrema da escrita.
Cientistas cognitivos mostram como a criatividade pode ser estimulada pela percepção de "algo que nunca se viu antes (mas que provavelmente sempre existiu)". Devemos ser capazes de promover pausas em nossos padrões familiares de pensamento para experimentar o mundo de novas maneiras e superar bloqueios mentais. Contemplar o nosso "tempo profundo" pode ajudar a cultivar uma apreciação cuidadosa das "nossas" histórias e futuros e também pode ajudar-nos a "refrescar" a mente durante os momentos difíceis e de maior agitação. Reservar alguns minutos por dia para uma contemplação profunda pode enriquecer-nos, evocando uma sensação momentânea de reverência. A capacidade de admiração e introspeção ajuda a expandir os nossos sentidos, o senso de tempo e pode auxiliar a promover o nosso bem-estar. A antropóloga Barbara King mostrou como a contemplação pode "expandir a mente e o coração" e o desafio passa por tentarmos descobrir, em nós mesmos, técnicas para conseguir acordar essa espécie de consciência através do processo criativo da escrita.
Escrever tem poderosos benefícios para a saúde mental que promovem a felicidade, a criatividade e pode até ajudar a construir a vida que desejamos viver. Não precisamos aspirar em ser o próximo Pessoa, Saramago, Mark Twain ou Jane Austen para nos considerarmos escritores.
Escrever promove o bem-estar e ajuda a processar emoções. Simplesmente escreva! Escrever abre um vasto conjunto de portas e sugere saídas para confessar medos e preocupações sem julgamento. Colocar os pensamentos em um pedaço de papel gera maior felicidade e redução do stress. Usar a escrita como uma ferramenta para expressar e processar eventos da vida ajuda a encontrar um sentido positivo para as coisas.
A escrita ajuda-nos a ganhar perspectiva sobre nós próprios. De acordo com a Psychology Today, "Simplesmente não há melhor maneira de aprender sobre os nossos processos de pensamento do que anotá-los." Escrever as emoções revela padrões de pensamento que levam a avanços na compreensão das razões pelas quais essas emoções surgem em primeiro lugar. Experiências passadas podem acionar nosso sistema de defesa automática, e as emoções surgem para nos proteger sem que percebamos ou saibamos por quê. Através da escrita, podemos adquirir a consciência das nossas emoções.
Escrever aumenta as chances de alcançarmos objetivos e autorrealização. Ao longo do dia, e principalmente nestes meses de pandemia, as nossas mentes estão hiperestimuladas com pensamentos menos positivos. Se reservarmos momentos para escrever, ajudamo-nos a refinar os processos de pensamento e a esclarecer nossos desejos. Ao escrevermos, o cérebro liberta dopamina, um neurotransmissor que desencadeia a sensação de prazer e motivação.
Escrever ajuda a suportar melhor os tempos difíceis da vida. Quando uma situação negativa ou inesperada nos acontece, a escrita serve de escape, auxilia-nos a enfrentá-la e a seguir em frente. Em momentos de dificuldade, devemos escrever de forma a prestar atenção aos sentimentos, recorrer a memórias, a pessoas e a todos os aspetos de nossas vidas para processar e superar situações mais delicadas.
Sim, é verdade. A escrita promove a felicidade. Evidências científicas provam a ligação entre atividades criativas e a felicidade. Tamlin Conner, docente e investigador da Universidade de Otago na Nova Zelândia, indica que a escrever diariamente pode levar à felicidade de longo prazo e inspira uma "espiral ascendente" de entusiasmo para buscar saídas ainda mais criativas. Explicou ainda que “o envolvimento em qualquer comportamento criativo leva a aumentos no bem-estar no dia seguinte, e esse aumento do bem-estar provavelmente facilitará a atividade criativa no mesmo dia”.
Pode haver uma qualquer história, quem sabe até um livro a aguardar do lado de fora da sua porta. Cada um de nós transporta consigo pedaços infinitos de histórias, como pedaços de terra possuem a sua própria história geológica. Com um pouco de pesquisa de fundo, podemos descobri-las e transformá-las através da escrita. Praticar a escrita é um exercício ímpar de reflexão sobre o nosso passado, presente e futuro. O truque é extrair informações e imagens que já temos em nossas cabeças, todos os acontecimentos, todas as memórias e paisagens, antigas e atuais, e estendê-las, analogicamente, ao longo do que resta do nosso tempo.
E agora, para uma melhor compreensão de tudo isto, ou talvez não,
eis aqui uma parte do poema interseccionista Chuva Oblíqua:
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