As meninas estavam muito chorosas do lado de fora da sala de aula, sentadas no chão as três. Duas delas abraçadas enquanto uma terceira ali estava em apoio, visivelmente assustada e preocupada com as colegas.
Passei a caminho de uma das salas e questionei as meninas se tinha acontecido alguma coisa grave, se alguém as tinha ofendido, o que se tinha passado.
Uma das meninas sentou-se perto de mim num pequeno banco em frente à porta da sala do gabinete do psicólogo e continuava em soluços...
- Sabe professor, eu tinha uns porquinhos da Índia! Dei dois deles à minha colega. Um desses porquinhos fugiu de casa, atravessou a estrada e foi atropelado! O outro era fêmea e ao dar à luz os bebés, também morreu! morreram todos! ( mais choro e muitos soluços )
Fiquei sem palavras!
Aconselhei depois a menina, de forma muito delicada, para não ficar assim tão triste. Quem sabe se ir até à sala de aula assistir à sempre objectiva e científica matéria de Ciências Físico-Químicas não a ajudaria a perceber melhor os porquês destes estranhos e incompreensíveis casos da vida?
Deve ter resultado! Da parte da tarde dei com uma das meninas chorosas numa saudável correria, calças rosas manchadas com as alegres cores de terra e verde musgo. Corria atrás de um colega com quem partilhava os azulados ares primaveris desta simpática tarde de Outono.
A aula de Físico-Química deve ter corrido bem!
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