quinta-feira, 4 de julho de 2013

QUEM SOU EU, afinal?


Chegaram à baía os galeões 
Com as sete Princesas que morreram. 
Regatas de luar não se correram... 
As bandeiras velaram-se, orações... 

Detive-me na ponte, debruçado, 
Mas a ponte era falsa - e derradeira. 
Segui no cais. O cais era abaulado, 
Cais fingido sem mar à sua beira... 

- Por sôbre o que Eu não sou há grandes pontes 
Que um outro, só metade, quer passar 
Em miragens de falsos horizontes - 
Um outro que eu não posso acorrentar... 

Mário de Sá-Carneiro, in 'Indícios de Oiro'

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