imagem do filme "A guerra do fogo" de Jean Jacques Annaud
Naquele tempo, longínquos 25.ooo anos atrás, os nossos avós Homo Sapiens procuravam as explicações para grande parte das suas dúvidas. Faziam-no pintando o interior das grutas onde se abrigavam, observando a redonda lua nos céus, questionando o porquê dos relâmpagos e das tempestades, procurando a resposta ao facto, de às suas companheiras, crescerem as barrigas e delas sairem pequenos seres barulhentos em tudo parecidos com eles, mas bem mais frágeis.O que os meus alunos conseguiram na aula de hoje foi viajar até essa época
- Cataram-se os piolhos que fustigavam as cabeleiras eriçadas.
- Experimentaram-se sons, fonemas, balbuciaram-se palavras sem aparente sentido.
- Agitaram-se os braços e as mãos na procura de gestos que ajudassem ao entendimento e no processo de comunicação
- Sujaram-se as mãos com sangue e poeiras e todo o tipo de outros detritos na procura de obter pigmentos que permitissem pintar ou deixar marcas nas rochas e nas paredes das grutas
- Procurou-se por comida, que se partilhava quando se tinha, ou os deixava esfomeados se não se encontrava
- Aconteceram pequenas lutas, ora em situações de normal brincadeira, ora outras, um pouco mais musculadas, na procura de marcação de território e de poder
- Procuraram-se descobrir ritmos compassados, com dinâmicas quase musicais
- Sentiram-se e surgiram situações de primeiras questões relacionadas com o poder da criação e domínio da produção do fogo
- Não se percebia porque cai a água do céu
- Alguns dentes perdidos ou caídos eram utilizados, depois, em objectos de adorno pessoal
- Criaram-se dinâmicas de interacção social, acabando toda a turma no final da aula a simular uma noite de descanso no abrigo de uma gruta. Dormiram juntos, aconchegados, para assim se protegerem do intenso frio glaciar de então
E todo este passeio ao passado dos nossos avós, realizado em noventa mágicos minutos de uma sessão de Oficina de Teatro com os meus fantásticos alunos do 9ºE.