domingo, 22 de maio de 2011

Um orgulhoso Pai...

Panos: Teatro de e para jovens dos 12 aos 18 anos
20 de Maio, 2011por Rita Silva Freire
Tudo começa com a escolha de uma peça. Depois, trabalha-se o texto com os autores e um encenador. A partir daí, são vários meses de ensaios, construção de cenário, desenho de luz, escolha de figurinos. Até que chega o dia da estreia.Podíamos estar a falar de praticamente qualquer peça de teatro, mas, neste caso, referimo-nos ao 'Panos – palcos novos, palavras novas', uma iniciativa promovida pela Culturgest e dirigida ao público jovem e escolar, entre os 12 e os 18 anos.
A ideia surgiu, conta ao SOL Francisco Frazão, comissário do projecto, há cerca de sete anos. O programador inspirou-se no Connections, uma iniciativa semelhante promovida pelo londrino National Theatre, há mais 15 anos. Trouxe a ideia para Lisboa e, um ano depois, começou a primeira edição do Panos.
O projecto é simples: convidam-se dois escritores portugueses contemporâneos – que podem ser, ou não, dramaturgos – a escrever uma peça para a iniciativa. Às duas peças escritas junta-se mais uma, vinda de Londres, escrita propositadamente para o Connections.

Adolescentes e contemporâneos
Depois, é a vez de os jovens se inscreverem, por grupos, no Panos, e escolherem a peça que querem apresentar. Este ano houve mais de 40 inscrições. Seguem-se vários meses de ensaios até ao dia da estreia. Depois é feita a escolha, pela Culturgest, de seis peças a levar ao palco em Lisboa.
«Mas o objectivo é que os jovens peguem numa das peças e as consigam apresentar e encenar», explica Frazão, que sublinha: «Não é um concurso, não há vencedores. Vir a Lisboa não é um prémio».
O programador vê o projecto como «um fim em si mesmo: é uma experiência de um ano de trabalho em teatro para todos os envolvidos». Ou seja, a ideia não é criar novos públicos ou futuros profissionais do teatro. «Interessa-nos este ano de trabalho, não nos interessa condicionar o futuro». Ou seja, continua, «queremos promover o encontro entre duas áreas de acção que estão, normalmente, de costas voltadas: o teatro feito por adolescentes e o teatro de escritores contemporâneos».
Frazão assinala que esta faixa etária costuma trabalhar apenas os clássicos. Além disso, diz, tanto o teatro escolar como a nova dramaturgia são duas áreas pouco desenvolvidas em Portugal.
Assim, nesta 6.ª edição, sobem ao palco este fim-de-semana (entre hoje, sábado e domingo)  as peças Filhos de Assassinos, de Katori Hall, Desligar e Voltar a Ligar, de Margarida Vale de Gato e Rui Costa e Dentro de Mim Fora Daqui, de Filipe Homem Fonseca.
rita.s.freire@sol.pt


Reiniciar o sistema...



DESLIGAR E VOLTAR A LIGAR (TEATRO)
de Margarida Vale de Gato e Rui Costa
Classes de Teatro d’O TEATRÃO | PANOS 2011 (Culturgest)
Tabacaria da OMT | 3 a 7 de maio | 28 de maio | 22h

Há quem faça uma cena, quem seja fiteiro, quem se arme em vítima, quem pense que é o super-homem e até quem peça para sair deste filme. Quando a ficção se torna mais real que o real, o melhor parece ser reiniciar o sistema. O novo texto do PANOS baralha e torna a dar as personagens das ficções contemporâneas para nos mostrar a nossa imagem vista ao espelho distorcido do imaginário.

Margarida Vale de Gato é autora do livro de poesia "Mulher ao Mar" e do livro-catálogo "Edgar Allan Poe em Portugal".

Rui Costa publicou o livro de poesia "A Nuvem Prateada das Pessoas Graves" e o romance "A Resistência dos Materiais".

PANOS é um projeto da Culturgest que reúne a nova dramaturgia e o teatro escolar e/ou juvenil.

Entrada: 4 euros (preço único)

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Autores: Margarida Vale de Gato e Rui Costa
Encenação: Cláudia Carvalho
Elenco: Alexandra Fonseca, Beatriz Pedra, Beatriz Sequeira, Carlos Santos, Carolina Carriço, Inês Cardoso, Inês Sena, Joana Dias, Júlia Pereira, Luísa Rebelo, Mafalda Bandeira, Maria Barros, Maria Melo, Maria Pinheiro, Mariana Rodrigues, Raquel Margalho, Rita Capelo, Tiago Pereira
Desenho de Luz: Jonathan Azevedo
Dispositivo Cénico, Adereços, Figurinos e coordenação montagem: Joana Cardoso
Banda Sonora: elenco, exceto músicas "O Homem que eu vi" e "Sim, tenho" (autoria de Francisco Tavares)
Fotografia: Paulo Abrantes Grafismo: Sofia Frazão, a partir de ilustração de Maria Pinheiro
Produção Executiva: Inês Mourão e Nuno Carvalho
Direção Técnica: João Castro Gomes
Equipa Técnica: Alexandre Mestre, Jonathan Azevedo e Rui Capitão

Produção: O TEATRÃO 2011, no âmbito do Projeto PANOS da Culturgest

Duração do espetáculo: 60m
Maiores de doze anos

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